Carnaval já me trouxe medo, na infância tinha aflição com as caretas de máscaras de borracha, estas que hoje são tão insossas. Tinha medo também da Maria Ojeriza: um homem correndo atrás das crianças vestindo uma espécie de boi-bumbá deslocado. Depois veio a timidez da adolescência onde qualquer convite à liberdade mais parecia armadilha. Por fim venceu a indiferença e pouco me importava se tivesse alguma agitação ou apenas descanso naquele feriado gordo. Ano passado me caiu uma máscara no Rio de Janeiro, onde pude finalmente fazer as pazes com o Momo, liberando a pureza do verbo: brincar! Este ano foi só aconchego e quietude, atravessado apenas por um bloco descendo a Augusta que não me animou a seguir nem um quarteirão. Somente na quarta-feira-cinza me vejo pintando essa máscara (era uma oficina de rua) e de repente o carnaval ganha uma vida breve, quem sabe se para ser a fantasia de algum futuro ou o souvenir de um carnaval que mal aconteceu.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
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Um comentário:
Oi paixão , faço parte dessa estória.Como tentava protegê-lo dos mascarados e do boi-bumbá.Saudades daquele tempo meu menino querido. Bjs
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