sexta-feira, 25 de julho de 2008

Ciranda: Syd


Não tinha paciência para bajuladores, mas quanto mais os repudiava mais eles pareciam infestar seu reino. Era uma vida difícil a de Syd, por lidar o tempo inteiro com michês, prostitutas, traficantes, cafetões, eventualmente com os próprios clientes e todo o tipo de gente sórdida, louca e desiludida. Rapidamente aprendeu que a frieza e a impiedade eram suas únicas armas possíveis naquele império que construirá com mãos quase limpas. Aprendera a não se sujar com o sangue de vagabundos. Quando já tinha todas as marionetes que precisava aquela frieza e impiedade contaminaram também sua alma. Passou a sofrer da escravidão que sua própria máscara impunha.
Então surgiu Teodoro, a única pessoa capaz de despertar-lhe outros sentimentos e por um momento vislumbrou a possibilidade de ser uma criatura simples, anônima e livre, capaz de se entregar, qual uma mocinha apaixonada, a suspiros ingênuos e fragilidades.
Sofria em sua incapacidade de se deixar ser.

(Finaliza com este post a primeira rodada da série ‘Ciranda’, como podem ver o ciclo fechou. Agora darei um tempinho para iniciar a segunda rodada, afinal, já inventei de começar uma novela nova e preciso também pensar melhor nos caminhos que essa roda insólita tomará. Mês de Agosto é aniversário do Fast Fábula e de presente para vocês terei uma dedicação especial aos pedidos da promoção deste ano. Aguardem que coisas virão!)

Nenhum comentário: