sexta-feira, 11 de julho de 2008

Ciranda: Laura


Houve uma época que Laura acreditou viver em pleno desastre. Como se tudo o que construíra houvesse desmoronado, caindo irremediavelmente em perdição. Sua ferida sangrava? Depois do susto descobriu que sim, que sangrava, mas que não havia mais o espinho. Então se descobriu de tal maneira livre e plena que nem reconheceu sua imagem remoçada no espelho. Um monte de sentimentos meio mortos voltavam a correr e brincar como criancinhas alegres. Era tanta dádiva que se sentiu por um momento acuada, antes que a revelação viesse em forma de devaneio: estava fadada a semear milagres.
Olhou para seu ódio embatumado e resolveu que era hora da redenção. Pegou sua lista negra e começou a procurar por todos seus antigos desafetos. Inevitavelmente pensou em Syd.
_ Hora de também retirar um grande espinho.
Disse a si mesma enquanto já começava a telefonar.

(Agora uma pequena indagação, só por mera curiosidade... existe alguém que está acompanhando esta série? Imagem de Max Ernst)

3 comentários:

Anônimo disse...

Fala Celson! Parabéns pelo blog que continua muito vivo e animado! Saudades, pra variar perdi seus telefones... Vamos combinar! rotiby@gmail.com

Abraço!

Maria Cláudia S. Lopes disse...

lindo celso....
adorei a metáfora do espinho
que saudade de você aqui...
volta?

Anônimo disse...

Excelente texto! Não estava acompanhando, pois conheci a pouco teu blog, mas busquei e parece-me que começa em Teodoro, certo? Agora sim :)
Flores @>--