terça-feira, 20 de maio de 2008

Sobre esboços e afins


Nesta semana sofri algumas contradições, ao mesmo tempo em que a cabeça parecia desabrochar fantasias faltava a energia necessária para misturar os ingredientes mágicos desta coisa que é a ficção. Uma das causas disso é porque a fatia mais gorda de minhas energias acaba ficando para o trabalho remunerado enquanto a escrita sempre tenha que ficar para outras horas.
(preciso entender também que essa é a função da insônia em minha vida, é o momento inevitável de sentar pra escrever, não para ficar revirando na cama e contando quantos gritos escuto do leão-de-chácara do puteiro pela madrugada)
Fez parte dessa peleja a encomenda que entreguei sábado, estava muito incerto quando publiquei, com a sensação terrível de que a coisa não está pronta, de que não é isso! Embora já tenha sentido essa mesma sensação em outros contos que hoje estão entre os mais queridos. A vontade de apagar o conto era forte, abortar silenciosamente o pequeno feto antes de qualquer suspiro. Depois reconsiderei, de certa forma é desnecessário, penso que a proposta do blog de qualquer pessoa que tente fazer da escrita uma prática em sua vida é criar (também) um laboratório... então porque não deixar registrada a primeira versão de um texto? mesmo que você tenha a certeza de que ele está ainda um pouco torto?
Em suma: não estou satisfeito com a encomenda “O Senhor do Tempo” e pretendo trabalhá-lo melhor, apesar de manter essa versão inicial publicada. Obrigado a todos os bons comentários abaixo e mais ainda às críticas agudas que tive o prazer de receber, embora ficaria ainda mais feliz se seu autor as colocasse aqui à vista de todos.
E para o deleite e inspiração de vossas mentes deixo aqui uma cena que mostra a feliz união de Shakespeare a Peter Greenway...




2 comentários:

Maria Cláudia S. Lopes disse...

"num se afobe naum meu amoreeee"
cafuné de saudade...

O Silêncio do Barulho Surdo disse...

Celsolino do Violino.

Eu me sinto exatamente como você.
Escrever exige uma inspiração que tem de ser espontânea, por mais que a gente goste tanto, não é algo que se pode fazer a qualquer momento...

Agora vou te contar uma coisa: Tem gente que simplesmente não leva jeito pra coisa mesmo... Daí, escrevem "críticas"!

Eu particulamente gosto muito de "O Senhor do Tempo", começando pelo tema...ahhhhhhh o tempo!!!!!!!!

Boa noite amigo.

Beijos,