terça-feira, 25 de março de 2008

O dia do juízo


(final das divagações sobre a obra de Segall)

Magno não acreditava na maldição, para ele seus olhos seriam eternos e a cada noite aumentava a tensão na eterna vigília de Eusébio e Julieta. Quando o dia do sacrifício enfim chegou Conceição já sentia no ar o antigo cheiro de putrefação que marcara sua juventude. Para Julieta tinha algo de perfumado, como sempre imaginava que seria o dia do juízo, para Eusébio era apenas um dia muito úmido, mas com gosto de fatalidade.
Para o resto da população foi um dia de maravilhas!
Por um instante houve paz para os atormentados, e luz nos olhos cegos, até mesmo a velha Conceição descreveu cores no belíssimo manto da santa, que sorria para ela pouco antes de falecer, embebida por um perfume de rosas que irradiou por toda a casa. Então milagres despontaram em primavera pelas ruas da antiga cidade que há muito já não conhecia mais tamanha abundância de vida. Mesmo a cortejo fúnebre de Conceição deixava um rastro de alegria e encantamento. Por um instante ninguém na cidade sentia qualquer dor ou tormento.
E Magno também foi encontrado morto após o velório, mas com os olhos tão abertos! Ninguém conseguiu fechá-los e ainda no fim do dia foram enterrados assim: estatelados!
E todos respiraram ainda por muito tempo o aroma dos milagres. Ninguém mais, nem mesmo a atormentada família de Conceição, pôde jamais se entregar a qualquer maldição.

E assim terminamos esta saga! O próximo post será finalmente o regulamento da promoção FAST FÁBULA DELIVERY. Desta vez atenderemos a uma demanda bem maior de pedidos e teremos regras diferentes. Não perca essa oportunidade de desafiar um pretenso escritor a dar vida a qualquer história que por ventura tenham vontade de ler, principalmente para aquelas que aparentemente ninguém (em são ou insana consciência) escreveria!

Nenhum comentário: