sexta-feira, 7 de março de 2008

Em sonho de bacante


E Cecília passou por uma fase de sonhos selvagens, despudorados e intensos. Num deles dançava na mata com um cortejo fantástico de mulheres esvoaçadas e bichos mágicos: lembrava-se vagamente de sátiros, ninfas e até animais silvestres que simplesmente bailavam erguendo taças de vinho. Deste sonho Fel fizera parte, ora como uma das mulheres, noutras transformava-se em Sátiro e tocava flauta para ela, que se deixava ser levada por uma embriaguez adocicada.

_ Você era uma bacante...

Concluiu Fel diante de seus olhos espantados de revelação. Mas ela não sabia, não se lembrava de muitos detalhes... tinha certeza apenas de despertar sentindo ainda o cheiro do mato, a textura da terra úmida em seus pés, o corpo mole de dança intensa e a sensação de estar tão repleta de vida e graça que de seus cabelos nasceram pequeninas flores de pétalas mimosas.

(não sei a autoria da imagem)

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