Eu era o mesmo vagabundo desesperançado de sempre, e se nada em minha vida tinha sabor qual era o problema em pensar naquelas pessoas que não me convidavam para o porão? Um bicho desconfortável se remexia dentro de mim e não encontrava espaço em meu corpo franzino. Devoraria todos: como Margarida, a hippie idealista e hipocondríaca, Rosana, a libertina discreta, ou mesmo Túlio, pseudo-roqueiro que ficava tão sexy em calças de couro, e ainda Nayara, Bruninho, Gigi... Ontem a festa se resguardou em sonho recatado de senhoras inglesas, Liliti trazia uma coruja branca que acalmava aquele bicho maior que eu sob a pele.
_ O sangue do sacrifício sempre adormece as bestas... _ disse a coruja.
As alegres comadres riram vermelhas e repuxaram a saia.
Estavam sem calcinha as safadas!
_ O sangue do sacrifício sempre adormece as bestas... _ disse a coruja.
As alegres comadres riram vermelhas e repuxaram a saia.
Estavam sem calcinha as safadas!
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