sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Inferninhos


Cine-República
Nos cantos escuros sou encontrado por mãos, línguas e paus que fazem de mim uma putinha. De olhos fechados construo meu harém. Sou o mais gostoso dos príncipes encantados.

Fofuxos
Com molho de carne vermelha provoco meus cinco cachorrinhos que me lambem até a alma.
Se distraio me devoram.

Porta-jóias
Falei para o moço que não saísse do quarto que eu trazia o jantar, depois o convenci que mundo era mau, melhor ficar ali dentro: escondido e amado para sempre. Hoje guardo seu pau dentro dum lindo porta-jóias.

Revoada
Quando tocou no seu ponto mais sensível ele virou bicho: rosnou, dobrou de tamanho e suava pra conter uma força de 1000 cavalos que rebentou numa revoada de anjos pelados passeando sobre eles.

Esses são os micro-contos que realizei na oficina de literatura erótica do Marcelino Freire, ele os denomina ‘Inferninhos’, ainda há um conto mais extenso que fiz, mas vou esperar a avaliação do cara para publicar a versão definitiva. Num destes continhos há uma imagem que já apareceu em outro texto deste blog, então lanço uma promoção: quem me indicar qual texto anterior e qual imagem se repete ganhará um livro de minha biblioteca particular.


(Pintura de Klimt).

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