domingo, 26 de agosto de 2007

Era uma Casa I - O Desejo de Virgínia

Virgínia tinha o desejo de uma casa grande e misteriosa, seu marido Martim particularmente não fazia questão, era um homem simples e gostaria de mudar-se para o interior, ou quem sabe para o litoral, mas a tudo isso Virgínia era indiferente, já que decidira não sair mais de casa. Era uma artista deprimida e dizia precisar de uma casa onde pudesse às vezes se esconder.
_ Essa casa tem que ser todo o meu universo!
Depois de visitarem muitos imóveis aquela casa parecia projetada nos sonhos de Virgínia. Martim temia muito pela sanidade de sua esposa, mas não podia resistir ao encanto de seus olhos quando suplicavam, ainda mais depois de ver a euforia dela correndo pelos corredores, desaparecendo num cômodo, ressurgindo em uma escadaria, deixando ecos de seus gritos...
Mas Martim não tinha recursos suficientes, havia apenas uma pessoa que poderia emprestar dinheiro a eles. Ainda estava na casa quando fez então a ligação decisiva: sentiu muito medo quando ouviu o prolongado simmmm de Tia Pecúnia...

(segundo capítulo vem na próxima semana, imagem de Munch)

Um comentário:

F.Baladez disse...

Virgínia parecer ser a minha alma gêmea, alguém que espero nunca conhecer. A tragédia deve se encontrar coma comédia, os prótons se dão apenas com os elétrons. A targédia com uma dose anormal de tragédia seria insuportável, e para manter dois prótons ou dois elétrons juntos, seria necessário uma força extra, pois naturalmente se repelem. Isso tudo porque li que a casa deveria ser o mundo de Virgínia. Quantas vezes eu disse que gostaria de ter uma casa com certas coisas para que eu nunca precisasse sair dela.