sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um capítulo qualquer


Era uma noite de festa!
Pela primeira vez enxergava os rostos conhecidos, embriagados, róseos e com uma liberdade tão plena como só lembro ter sentido na infância. Todo mundo leve, leve como pluma e entendi que dessa vez seria finalmente minha hora: Liliti resplandecia, abraçando a todos e distribuindo bebidas. Sussurrou em meu ouvido que procurasse a porta com o símbolo da maçã envenenada e entre as cortinas alguém me puxava para dentro de uma sala cheia de almofadas e velas. Túlio estava quase nu, com uma tanga ritualística e descobria vagarosamente uma mulher nua deitada no centro, do outro lado havia Margarida que dançava como se me jogasse encantos. Liliti gargalhou alto quando vi que a mulher nua era Vitória dormindo e se contorcendo, como se estive no auge dum sonho erótico.
Acordei afobado, tentando juntar as partes que desmanchavam...


(imagem de Bosch)

Nenhum comentário: