
Queria já ter falado nisso antes, precisava já ter falado porque o caso é antigo. Todo ano é a mesma coisa, estou geralmente andando apressado pelo supermercado quando, virando numa estante trombo com eles: pilhas de panetones! E em qual mês estamos? Setembro, outubro? Eles sempre chegam cedo demais prenunciando o fim irremediável de cada ano. Como uma sina maldita que vem enfatizar o lado diabólico do natal.
Vontade de deixar o tempo fluir livre desses compartimentos que chamamos de anos, datas, dias santos...
Agora nos chega o dia dos mortos, noutras terras as bruxas se libertam e muito antes disso os panetones já estavam lá à nossa espreita nas prateleiras inevitáveis, aguardando os malditos pisca-pisca, os falsos bonecos de neve, os papais-noéis e tantos símbolos soberbos que não deixam nem o pobre do Jesusinho aparecer.
Tumbalacatumba que eu prefiro dançar com as caveirinhas!